Título:
A
Importância do Plantio e Comercialização de Ervas Medicinais produzidas em sistemas de Policultivos
e na Permacultura
Autores: Eng. Agrônomo. Mauro Kassow Schorr e Bióloga Maristela
Ogliari
E-mail: institutoanima@yahoo.br
Instituição: Instituto Anima de Cultura e Desenvolvimento
Sustentável
ÁREA
1: Biologia e Agronomia (Cultivo,
armazenamento, secagem, Biopirataria, Genética);
Termos: Agroflorestas ou Agroforestry systems, Agrossilvicultura ou
Agrosilviculture, Permacultura ou permaculture
Endereço:
Rua Servidão Jaborandi 900 – Campeche - Florianópolis – SC - CEP 88.065-035.
Fone: 048 – 3338 2267 – 8442 7424
CNPJ
da Entidade Executora : 81.172.926/0001- 66 - Ano de Formação: 1989
Sites: www.institutoanima.org e www.permaculturabr.ning.com
1. Título:
A
Importância do Plantio e da Comercialização de Ervas Medicinais produzidas em Sistemas
de Policultivos Agrícolas e na Permacultura no sul da Ilha de Florianópolis.
2. Resumo:
Buscamos investigar quais os mais importantes estudos relacionados
ao tema “Policultivos Agrícolas”, e sua relação com sistemas agroflorestais, agrosilvopastoris
e com a moderna ciência da permacultura, destacando-o com uma importante
ferramenta para a agricultura familiar, na geração de novas alternativas de
renda e de abundância alimentar, e sendo fundamental sua introdução no processo
de agricultura moderna denominado de agronegócio, para atenuar seu severo
impacto social e ambiental. O plantio, uso e múltiplas utilizações de mais de
60 espécies medicinais que estão sendo cultivadas serão abordados, bem como a
forma de sua comercialização em ecofeiras, lojas e em nosso site, www.institutoanima.org. Parte de
nossas conclusões e experimentações provem de nossas atividades práticas no
Sitio Cristal Dourado, sede atual de nossa organização, o Instituto Anima de
Cultura e Desenvolvimento Sustentável, no sul da ilha de Florianópolis. Palavras
chaves: Policultivos, Permacultura, Saúde Integral.
3. Tema de investigação: Sistemas de cultivo agrícolas indígenas,
quilombolas, alternativos, agroflorestais, agroecológicos, e permaculturais,
que possam manter diversas espécies diferentes sendo cultivadas, em diferentes
estratos, trazendo maiores alternativas de nutrição e de geração de renda,
maior equilíbrio no controle de pragas e da influência do vento, erosão, stress
hídrico, evapotranspiração, reciclagem de nutrientes, entre outros fatores,
relacionando estas tecnologias e ciências modernas mais sustentáveis com uma
abordagem mais holística, sistêmica, sobretudo com a qualidade de vida,
nutrição saudável e a medicina preventiva.
4. Introdução:
Um bom exemplo de policultivos é da cultura indígena Marajoara, que
existiu no estado do Pará, datada com pelo menos 2.000 anos de história, na
Amazônia pré-colombiana. Avanços nas pesquisas arqueológicas e a releitura das
crônicas dos primeiros viajantes indicam que havia grandes complexos populacionais
ao longo dos rios principais. Essas sociedades tinham uma cultura material
muito elaborada, e representavam um processo de desenvolvimento cultural de
mais de 3.000 anos, alicerçado numa série de adaptações ao meio ambiente
amazônico. Possuíam sistemas de produção agrícola baseados em um grande número
de variedades de plantas cultivadas, nos quais o plantio de árvores frutíferas
fazia parte, provavelmente contribuindo à diversidade e segurança alimentar. (Miller,
Robert P. Sistemas Agroflorestais Indígenas na Amazônia: uma visão histórica.
Agência de Cooperação Técnica a Programas Indigenistas e Ambientais. Brasília-
DF).
Em um curso realizado na Fundação Anchieta em 1987, em Cuiabá,
estado do Mato Grosso, Brasil, descreveu-se que grande parte da preservação
milenar dos castanhais amazônicos provém da ação direta dos povos indígenas, e
que os seus roçados, principalmente da etnia Kaiapó, possuem mais de 140
espécies diferentes sendo cultivadas em consórcio agroflorestal. (Posey,
Darrell A. Manejo da Floresta Secundária, capoeiras e cerrados (Kaiapó). In:
Ribeiro, Berta (Coord.). Suma Etnológica Brasileira. Petrópolis: Vozes/Finep,
1986, p. 173-185).
A sabedoria indígena é muito grande no manejo dos seus cultivares, pois
algumas tribos colocam formigas incompatíveis ou “inimigas”, ou seja, de diferentes
espécies, no formigueiro uma das outras, e assim elas trazem um menor nível de
dano econômico, e costumam ainda, valorizar o cultivo da batata doce, por que
ela cobre rapidamente o solo e afasta as principais ervas invasoras. Ainda mantêm pequenas árvores frutíferas em
crescimento, as replantando nos roçados, e seleciona e mantêm em áreas
estratégicas, espécies que são atrativas para a caça noturna, sobretudo.
Artesanato Indígena Pataxó
com sementes de Pau Brasil e Tento Carolina
Um dos mais bonitos do
mundo
Entre essas práticas, este manejo agroflorestal indígena, é a matriz
também da agricultura das comunidades tradicionais caboclas ou coloniais, que
não só propiciam o aumento da biodiversidade, mas também pela sua itinerância
nos espaços territoriais, prescinde do uso de fertilizantes e agrotóxicos, além
de estar pouco dirigida ao mercado, o que pressiona menos o ecossistema. (Bertho,
Ângela. Os Índios Guarani da Serra do Tabuleiro e a Conservação da Natureza.
Tese de Doutorado. Dpto. De Antropologia. UFSC. 2005 p.13).
As culturas indígenas, sendo dotadas de uma racionalidade
diferenciada em sua visão de mundo e cosmologia, em que cultura e natureza se
interrelacionam, são importantes aliadas para a construção de um manejo em que,
saberes tradicionais e científicos pode contribuir para a sustentabilidade
ecológica e cultural. Propõe-se a integração dos direitos indígenas, a
valorização e o resgate de seus saberes tradicionais, especialmente os concernentes
à sustentabilidade ecológica (Diegues, 2000, p.1-46; Roué, 2000, p.67-79;
Castro, 2000, p.165-182; Colchester, 2000, p.225-256).
Casal da etnia Pataxó que
trabalhamos 5 anos juntos
Há uma série de experiências no mundo sobre sistemas agroflorestais
sucessionais. Conhecem-se, na literatura, vários exemplos de sistemas
agroflorestais que apresentam a característica que nos remetem a identificá-los
como que análogos aos ecossistemas locais, às florestas tropicais, e que a
sucessão ou os princípios da sucessão ecológica estão presentes. Podemos citar
como exemplo os diversos quintais agroflorestais, de comunidades tradicionais
de ribeirinhos, quilombolas, caiçaras, dentre tantos outros; os sistemas de
produção de algumas etnias indígenas da Amazônia, como os “Borá”, por exemplo,
no Peru, apresentados por Devenam &
Padosh, 1987; os “Kayapó”, da bacia do rio Xingu, por Posey, 1984 e 1987); e
também as experiências com as chamadas florestas análogas (Analog Forest),
desenvolvidas por NSRC (NeoSynthesis Research Centre), no Sri Lanka, pela rede
coordenada pela Environment Liaison Centre International em Nairóbi, no Kenya,
e formada por algumas ongs na Costa Rica, e pelo UNOCYPP – Equador. Esses
sistemas agroflorestais buscam reproduzir a arquitetura e ecologia dos sistemas
naturais, tendo como foco a identificação e incorporação de biodiversidade
(Senayake & Mallet, 1997; Senayake & Jack, 1998; Senayake, 2001).
Os sistemas agroflorestais biodiversos, desenvolvidos com base nas
experiências do técnico agroflorestal e cientista Ernst Götsch, que possui uma
propriedade modelo no sul da Bahia – BR, são chamados por alguns pesquisadores
de Sistemas Agroflorestais Regenerativos Análogos (Safra; Vaz, 2001).
Policultivos e início de
SAF com Araçá e outras nativas
Aléia de Guandu à direita,
no Sitio Cristal Dourado – Fpolis - SC
Os conhecimentos ou fundamentos de muitos desses sistemas
agroflorestais sucessionais, que têm raízes em culturas milenares, não estão
sistematizados, ou não se encontram explicitados. Frutos do empirismo, esses
sistemas complexos funcionam, mas muitas vezes não se sabe como ou porque, e
torna-se difícil reproduzi-los ou generalizá-los, ou ainda adaptá-los em
condições distintas das de onde essas agroflorestas são originalmente encontradas.
(Peneireiro, Fabiana. Fundamentos da Agrofloresta Sucessional).
E muitas vezes são sistemas que se tornam pouco eficientes no
sentido da geração de renda, e um novo olhar pode ser realizado,
potencializando-se alguns cultivos, combinando espécies até exóticas,
diminuindo seu impacto ao ambiente nativo, e introduzindo novos ecótipos ou
variedades, até quase extintas, e podemos enriquecer o solo com os chamados
adubos verdes. (Schorr, M. K. Sistemas Agroflorestais para o Brasil. Instituto
Anima. Itajaí. 2001. P.60).
Portanto, o primeiro passo é buscar no ecossistema do lugar, os
fundamentos para a construção dos agroecossistemas. No caso das regiões
amazônicas ou de mata atlântica, devemos nos inspirar nos ecossistemas de
floresta tropical. Esse tipo de ecossistema apresenta alta biodiversidade, com plantas
ocupando diferentes estratos, e grande quantidade de biomassa. Portanto, nessas
regiões, os sistemas produtivos, para serem sustentáveis, deverão ser
agroflorestas, biodiversas e multiestratificadas.
Uma floresta não é estática. Ela segue a dinâmica da sucessão
natural, onde os consórcios das plantas são substituídos pelos subseqüentes. Assim,
a construção de uma agrofloresta deverá seguir esses mesmos preceitos, aonde os
consórcios das plantas agrícolas, combinadas com outras plantas de interesse
econômico, nativas ou não, vão se seguindo, de acordo com o tempo de vida das
plantas, ocupando da melhor maneira possível o espaço vertical, ou seja, de
forma que haja diferentes estratos.
Aldeia Indígena Walmiri
Atrori – Amazonas - Brasil
Numa floresta encontram-se plantas bem próximas uma das outras,
desenvolvendo-se muito bem, donde concluímos que as plantas não competem entre
si desde que a combinação delas seja adequada. Dessa forma, as agroflorestas,
que também podem ser chamadas de florestas
de alimentos ou florestas de produção, buscam produzir alimentos e outras
matérias-primas a partir de um tipo de sistema de produção que se assemelha a
uma floresta biodiversa em estrutura e função.
Aqui é o detalhe mais importante: qual tipo de combinação teremos
para os primeiros anos, e para uma idade clímax natural, de mais de 20 anos
após o início do manejo? É preciso muita observação da realidade etnobotânica
local, da preferência dos mercados, dos hábitos da fauna e da cultura nativa.
Podemos lutar contra o aparecimento natural das florestas, mas esta
é a tendência natural do planeta, é sua forma natural de repovoar-se e
abastecer-se novamente de todo o seu potencial vital. Na permacultura, temos as
zonas I a V, e as florestas normalmente são bem vindas na zona V. Na
biodinâmica se reserva áreas onde a entrada de seres humanos não se faz
possível. A idéia é manter zonas totalmente selvagens, para que a vida do
planeta seja mantida livre da influência de nossa civilização. Isto é
importante para o equilíbrio do ecossistema e das bacias hidrográficas, e a
real preservação da vida para as novas gerações.
Nossa intenção é trazer mais o componente florestal para perto das
estradas, quintais, lavouras, hortas, cercas, rios, nascentes, para que
possamos neutralizar principalmente os níveis muito assustadores do efeito
estufa em nossa atmosfera e realidade ambiental atual em todo o planeta. E que
isto seja à base da formação de uma nova mentalidade em todo o planeta. Na
verdade, este nosso mundo é um “belo
jardim do éden”, com a riqueza natural que possui, simplesmente poderíamos
nos tornar crudívoros e frugívoros, como é a moda do slow food atual, poeticamente "um dia aposentadoríamos as
enxadas, deixando os pássaros plantarem as sementes que eles se alimentam".
Isto ocorre em alguns locais, como modernas ecovilas, mas pode representar algo
que não queremos enfrentar, compreender e viver. Mas de certo modo, seja o
ápice de nossa evolução cultural e espiritual em nossa rápida passagem pela
terra.
Para isso, compreender o funcionamento da floresta e sua dinâmica é
fundamental, e a sucessão natural é o princípio que deve orientar a elaboração
e as intervenções no sistema. Podemos começar a compreender os princípios
sucessionais quando observarmos que uma área degradada, depauperada pelo ser
humano, e considerada improdutiva em termos agrícolas, quando fica em pousio, a
própria vegetação, fauna e microrganismos ou seres muitas vezes considerados,
pelo ser humano como pragas, plantas daninhas, recuperam o solo e então o(a)
agricultor(a) pode voltar a produzir alimentos naquele local, ou seja, os seres
vivos atuam no sentido de aumentar os recursos vitais e nutricionais para a
vida no lugar.
Sitio dos Sonhos, uma
ecovila em São Bonifácio
- SC
Uma das características universais de todo o ecossistema é a
mudança contínua a que está submetido (Gomez & Wiechers, 1976). O processo
clássico de sucessão secundária envolveria a substituição de grupos de espécies
ao longo do tempo, à medida que estes predecessores fornecessem condições mais favoráveis
ao desenvolvimento das espécies já presentes na área, com crescimento lento e estabelecimento
de espécies mais tardias (Egler, 1954).
Mas estabelecer um sistema agroflorestal, não significa abandonar a
área e a visitar a cada seis meses, é um processo de manejo contínuo,
potencializando todas as áreas por metro quadrado. Então, se mudas morrem, ou
estão fracas, se substitue e se aduba, corretamente.
Diversas tendências estruturais são esperadas ao longo do processo
sucessional, como o aumento da diversidade, da eqüabilidade, do número de
estratos, etc., à medida que a comunidade atinge um nível estrutural mais
complexo (Odum, 1969). Além do aumento da biodiversidade, são notáveis as
transformações ambientais no decorrer da sucessão, como a transferência de
nutrientes livres do solo para a comunidade biótica ao longo do processo, reduzindo
sua perda; a melhoria da estrutura edáfica pela produção de matéria orgânica,
além de modificações do microclima (Gomez & Vasquez ,1985).
Segundo Götsch (1995), sucessão natural é um processo que pressupõe
mudança da fisionomia e das populações no espaço e no tempo, no sentido de
aumento de qualidade e quantidade de vida. Nos estudos sobre sucessão ecológica
observamos que são consideradas apenas as espécies arbóreas e praticamente são
desprezados os outros portes vegetais. Da mesma forma, poucos são os autores
que correlacionam a vegetação com a fauna, e mais especificamente, com a fauna
do solo.
Sabe-se, por exemplo, que à sucessão das espécies vegetais
acompanha a sucessão animal e também da fauna do solo. Lal, 1992, estudando a sucessão
da fauna do solo em área degradada, em processo de recuperação, identificou diferentes
estágios, sendo que, em áreas degradas, com micro-clima quente, seco, com pouca
cobertura vegetal, há predomínio de colêmbolas; havendo o aumento de
serrapilheira há presença, em alta densidade de larvas de dípteros, colêmbolas,
carabídeos predadores e aranhas, podendo haver uma população mínima de
minhocas; quando vai se avançando na sucessão, com crescente produção de
matéria orgânica, há predomínio de minhocas epigeicas, seguido das anécicas,
culminando com um notável aumento da atividade da fauna saprófaga.
Cobertura de Mucuna sp, adubo verde, Sitio Cristal
Dourado
Em estudo comparativo entre sistema agroflorestal sucessional
implantado por Ernst Götsch e uma capoeira de mesma idade, observaram-se que as
intervenções acabam por acelerar o processo sucessional. Com relação à fauna de
solo observou-se essa tendência, predominando espécies predadoras na mesofauna
do solo da área de capoeira enquanto que na área de agrofloresta as espécies
saprófitas eram as mais abundantes, tendo sido encontrado inclusive minhocuçu (Rinodrillus sp.) (Peneireiro, 1999)
Se fizéssemos uma experiência simples: se identificássemos
capoeiras de diferentes idades, próximas umas das outras, sobre mesmo tipo de
solo, posição do relevo e histórico de uso, e delimitarmos pequenas parcelas de
25 m2,
onde quantificaríamos, em cada uma delas, o número de espécies e o número de
indivíduos por espécie, observaríamos que, conforme aumenta a idade da
vegetação da parcela, o número de espécies se eleva e a densidade de indivíduos
por espécie diminui.
Utilizando desse importante
ensinamento da própria natureza, conclui-se que é importante, na implantação
das agroflorestas, que as espécies sejam introduzidas em alta densidade e alta
biodiversidade. A introdução de árvores em alta densidade, em conjunto com as
espécies de ciclo de vida curto e médio, reduz inclusive a mão-de-obra e
viabiliza o bom desenvolvimento das plantas, caso contrário, poderá haver um combate
insano contra as “ervas daninhas”, que indubitavelmente surgirão para ocupar o
espaço desocupado.
Açaí na Floresta amazônica - Pará - Brasil
Modernos Conceitos de Policultivos e de Sistemas Agroflorestais -
SAFs
“Sistemas Agroflorestais” ou SAFs são sistemas de uso da terra que
buscam aproveitar ao máximo as condições ambientais e ecológicas presentes em
um ambiente produtivo agrícola e que para isso consorciam ou combinam espécies
compatíveis e de interesse agronômico e ecológico em diferentes estratos e
composições vegetais. Os objetivos de produção e de utilização culturais,
níveis de utilização radicelar dos solos ou da profundidade de penetração de
suas raízes, proteção e regulação da etologia ou do comportamento das pragas e
agentes biológicos, entre outros são demais funções e cuidados que estes
sistemas de produção agrícolas utilizam para serem com ampla eficiência
implementados. (Schorr, M. Fundação Cidade da Paz, Brasília, DF, 1992).
“Sistemas Agroflorestais” são aqueles sistemas que aumentam o
rendimento e o melhor aproveitamento de uma área agrícola, combinam a produção
de culturas agrícolas, espécies florestais e animais simultaneamente ou em
seqüência, na mesma unidade de área, e ainda empregam práticas de manejo
compatível com as práticas da população local. (Kopijni, A.). Um dos principais
agrossilviculturistas da atualidade, é holandês, fez sua formação na Índia, é
um consultor internacional nesta área e vive em Botucatu, na Comunidade
Demétria - SP).
“Sistemas Agroflorestais” são formas de uso e manejo da terra, nas
quais árvores e arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas
e/ou animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa seqüência
temporal. (Dubois, Jean, Talvez o maior especialista brasileiro em sistemas agroflorestais
para a Amazônia e preside uma ong chamada de REBRAF- Instituto Rede Brasileira
Agroflorestal - RJ).
Os “Sistemas Agrossilvipastoris” são aqueles sistemas onde existe a
interrelaçåo entre os componentes da produção agrícola, florestal e animal (Baggio,
A., Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, EMBRAPA, Colombo - PR. É um engenheiro-florestal,
doutor em Sistemas agroflorestais na Espanha).
Sistemas Agroflorestais é um manejo sustentável da terra que
permite incrementar a produção total combinando agricultura, produção de
árvores florestais e frutíferas e ou animais simultaneamente ou
seqüencialmente, e que seja compatível com o padrão cultural da região (Bene et
al., 1977).
Tab.1.0. Consorciações possíveis e Conceituação
dos Sistemas utilizados em Agrosilvicultura
(Adaptado de Combe; Budowski - CATIE)
Cultivos
Agrícolas
|
Florestas
|
Pecuária
|
Cultivos Agrícolas, Pomares, Árvores
|
Árvores Perenes, recomposição da Flora, escolha de espécies
econômicas
|
Criação Animal, Pastos, Fenação
|
Sistema
Silvo-agrícola
|
Sistema Agrossilvopastoril
|
Sistema
Silvo-pastoril
|
Evolui para Sistema Agroflorestal
|
Torna-se um Sistema Permacultural
|
Evolui para uma Permacultura com
Animais
|
Cultivo em Aldeias,
Agricultura
Familiar e
Empresarial
Cultivos Múltiplos
Policultivos
Aléias
Árvores Frutíferas
em Lavouras, Tanques, etc
|
Árvores que fertilizam
os solos Florestas Sustentáveis
tradicionais e modificadas
Florestas Medicinais
Reprodução de Climax
Novas espécies
Apicultura, Animais Silvestres
|
Pastoreio e produção
de forragem em plantações florestais. Pastoreio e produção de Pastos
complexos, com Cercas Vivas e Arborização. Aléias para a produção de Forragem
|
Hortos Agrícolas
Extrativismo Sustentável
Permacultura Abundante
|
Quebra-ventos, Quebra-fogos
Madeira para Construção, Lenha
Plantas Ornamentais
Cogumelos, Mel
|
Bancos de Proteína
Múltiplos Pastos
Adubos Orgânicos
|
Como se pode observar esta classificação demonstra quais são os
principais tipos gerais de combinação entre os elementos que participam da
agricultura, as culturas, florestas e animais. Todos bem combinados podem dar
origem a uma agricultura mais permanente, ecossistêmica, orgânica, biodinâmica,
permacultural, sustentável e multicomercial.
Tipos de Sistemas Agroflorestais
São aqueles sistemas que são associados a culturas agrícolas anuais
ou perenes, com espécies florestais. São classificados por:
Método Taungya ou Cultura Intercalar: Consiste no estabelecimento
de cultivos florestais com culturas agrícolas. Emprega o cultivo de espécies
anuais nos primeiros anos do cultivo de uma floresta ou de um SAFs. Exs:
Bracatinga com feijão, arroz, milho; Cacau com banana, milho, feijão, café; Castanheira
com café, banana, pupunha, milho, mandioca, entre outros.
Consorciações para SAFs Amazônicos mais Encontradas:
- Guarubá +
Mogno + Banana + Cupuaçu + Ingá-cipó + Milho + Mandioca + Feijão: produção de
alimentos, madeira de lei, é um dos mais tradicionais.
- Andiroba +
Freijó + Mandioca + Milho + Feijão: produção de óleo, madeira, alimentos.
- Tatajuba +
Paricá + Eucalipto + Panicum maximum +
Centrosema pubescens + Braquiaria
humidicola + Estilosantes: para minimizar o impacto de monocultivos de
pastagem e queima da floresta.
- Freijó +
Café + Milho ou Feijão ou Mandioca: ótimo para café sombreado.
-
Seringueira + Ipê-roxo + Mogno + Cacau + Banana + Café + Cana: borracha,
madeira, lenha, remédio, frutas e alimentos. Ótimo para o café.
- Freijó +
Café + Arroz: tradicional para a agricultura familiar
- Castanha +
Cupuaçu + Ingá + Andiroba + Copaíba + Banana + Milho + Mandioca + Batata-doce:
Castanha, madeira, frutas de exportação e para consumo interno e
agroindustrialização, cereais e óleos de alta qualidade,
- Cumaru +
Freijó + Banana + Cupuaçu + Ingá + Milho + Feijão Caupi: produtos medicinais
para a indústria de cosméticos, temperos, condimentos, madeira, frutas,
forragem animal, grãos.
- Castanha +
Freijó-louro + Pupunha + Banana + Pimenta-do-reino + (Milho, Feijão, Mandioca,
Arroz, etc.): muito bom para a mata mais fechada e úmida.
-
Freijó-louro + Seringueira + Café: madeira e produção em maior escala de Café.
- Cacau +
Banana + Pimenteira + Pupunheira + Mandioca: para pequenas propriedades, pode
ser plantado em nível e é muito tradicional.
- Pimenta +
Pupunheira + Bandarra + Freijó Louro: madeira, lenha, alimentos, palmito de
alta qualidade.
SAFs de maior ocorrência no Nordeste
- Algaroba + Palma + Agave + Guandu + Leucena: para o semi-árido,
um sistema agroflorestal - SAF mais tradicional para pastagem. Possui ainda baixo
aproveitamento energético e permacultural. Deveria ser combinado com o uso
intenso de matéria-orgânica na forma de mulching, uso de cercas vivas e formação
de bosquetes mais úmidos com cedro, mogno, castanheira, açaí, oiticica, dendê,
maniçoba, leguminosas como algaroba, eritrina, grevilha, leucena, ingá, entre
outros.
- Leucena + Guandu + Palma + Milho + Cana + Calopogônio: para
colheita de Milho, como forrageira e para pastagens durante a seca. O gado vai
ter pasto com leguminosa e vai ganhar peso e sombra.
-
Castanha + Seringueira + Côco + Banana + Cacau + Cana + Melancia + Milho: um
SAF que poderá fornecer muitos resultados econômicos e enriquecer a dieta dos
agricultores na região. Áreas mais próximas as matas amazônicas.
- Palma +
Algaroba: pastagens sombreadas com o uso da leguminosa.
- Babaçu +
Arroz: colhe-se óleo, castanha e o cereal.
- Árvore de
Niem + Arroz: sugestão para SAF no semi-árido.
- Algaroba +
Capim-buffel: para pastos no semi-árido, pode-se introduzir a glicirídea, a
leucena, o guandu e o calopogônio.
- Caprinos +
Avelós: semi-árido. Recomenda-se o uso de bosquetes e a integração com os
sistemas silvopastoris que utilizam leguminosas em aléias consorciadas com as
pastagens.
- Côco +
Cacau + Maniçoba + Abacaxi: na zona da mata, é bem econômico. A Maniçoba produz
borracha.
- Maniçoba +
Guandu + Palma: zona do semi-árido com pastoreios rotativos.
- Leucena + Sorgo + Mucuna ou
Feijão-bravo-do-Ceará: semi-árido e zona-da-mata, plantio em aléias e para
pastoreio e adubação verde.
SAFs de maior ocorrência no Cerrado:
- Castanheira + Mogno + Jacaranda + Angico + Jatobá + Copaiba
- Acerola + Estilosantes + Abacaxi + Batata-doce + Milho + Feijão-de-porco
+ Guandu
- Pequi + Caju +
Pupunha + Algodão
-
Caju + Pequi + Mangaba + Umbu + Manga + Abacaxi + Soja: rotacionada com milho e
bancos de proteínas
-
Mogno + Jacarandá + Sobrasil + Angico + Arueira + Jatobá + Jequitibá + Ipê, em
SAFs com Castanheiras + Copaibeiras + Café + Mandioca + Milho: Precisa ir plantando
durante os primeiros 4 a
6 anos com muita poda.
-
SAF Medicinal: Ipê-roxo + Ipê-amarelo + Copaíba + Sucupira + Barbatimão + Ervas
Medicinais: em áreas de monocultivos de agronegócio, como uma importante
alternativa de renda.
SAFs
importantes para a Região Sul e Sudoeste do Brasil:
- Araucária
+ Imbuia + Peroba + Louro-pardo + Culturas Anuais: ótimo consórcio para o Norte
do Paraná, região de Londrina. A idéia é reflorestar as áreas verdes que estão
mal manejadas para proteger as suas nascentes e produzir madeira de lei e
grãos.
- Araucária
+ Aroeira + Erva-mate: consórcio muito utilizado no PR, SC e até RS. É
excelente para ser utilizado com pastagens.
- Bracatinga
+ Erva-mate + culturas anuais: muito utilizado perto da região de Curitiba. A Bracatinga
é uma espécie leguminosa das mais importantes para os SAFs do Sul do Brasil.
- Cultivo em
Faxinal + Pastagens: ocorre no PR, SC e RS, onde um conjunto de até 80 espécies
vegetais é consorciado com o pastoreio de animais, em áreas de maior declividade
e em solos mais ácidos, e de forma comunitária.
- Araucária
+ Erva-mate + Pastagens: muito comum onde se colhe a erva-mate, vende-se pinhão
e ainda podem-se conduzir excelentes rebanhos. Pode fornecer uma renda muito
elevada com a venda da madeira e da erva-mate.
-
Seringueira + Côco + Citrus + Cana com Guandu em Aléias: em climas mais
tropicais pode-se introduzir árvores maiores como a seringueira, o côco, afim
de aumentar a receita da comercialização de seus produtos.
- Bracatinga
+ Erva-mate + Araucária + Trigo, Soja e Milho em rotação: este consorcio é
muito interessante por que a Bracatinga é uma espécie que pode recuperar a
fertilidade dos solos, descompactar horizontes mais profundos e fornecer uma
excelente lucratividade.
- Fícus +
Marica + Bergamota + Pastagens: para a região leste ou litorânea. Produz sombra
para o gado.
- Acácia + Pastagens: são leguminosas que possuem a capacidade de
fixar nitrogênio e produzir uma elevada quantidade de madeira/ha. Pode ser
consorciadas ainda com Acacia mangium, A.
auriculiformis, A. crassicarpa, A. holosericea, Erythrina poeppigiana, Zeyhera
tuberculosa, Tabebuia rosea, Joanesia princeps, Terminalia catapa, T. ivorensis, Albizia caribea, A. falcata, Mimosa
caresalpinifolia, Cordia alliodora e Pterygota brasiliensis.
- Café +
Ingazeiro ou Leucena ou Banana ou Grevilha: muito utilizado na região de SP e
PR, e ajuda muito na produtividade da produção de café.
- Maracujá +
Guandu + Milho + Amendoim + Quiabo + Girassol + Aboboras + Melancias - Feijões
Vagem Guaranis (Adubo verde e alimento): indicado para a região de
Florianópolis – SC.
Cultivo em Aléias (Alley Cropping): São cultivadas espécies úteis
para a recuperação da fertilidade natural dos solos nas ruas entre as fileiras
ou renques plantados com espécies arbóreas, geralmente leguminosas, onde sofrem
podas periódicas durante o ano. Estas barreiras de proteção para as culturas
agrícolas são mantidas com portes baixos. São cultivadas inclusive em curvas de
nível e em terraços como quebra-ventos, cercas vivas, etc. Sua grande vantagem
é que os animais se alimentam e o solo é fertilizado diretamente com o corte de
suas restevas que são dispostas normalmente entre as linhas dos cultivos. Podem
revitalizar um ambiente rapidamente e trazer muita economia no manejo do gado.
Também são muito importantes como corredores de combate e prevenção aos
incêndios florestais, onde são montadas em áreas próximas às florestas, com o
plantio de faixas concentradas de até 5 ms de largura. Faixas maiores são
camadas de “Quebra-fogos” ou Stop-fires. Exemplos: acácias, leucena, algaroba,
caliandra, erytrina. entre outras.
Aléia de Guandu (Cajanus sp), com invasão da Mucuna
preta, ao lado produção de
Maracujá. Tudo será cortado
e incorporado ao solo. Sitio Cristal Dourado.
Alley Farming: Introdução dos SAFs com animais em pastagens
diversificadas. Pesquisa-se a forma de mastigação dos animais e a altura do
pasto que consomem, assim podem colocá-los conjuntamente ou em rotações mais
inteligentes. O consórcio de aves com coelhos é muito conhecido e utilizado no
México e América Central, o esterco dos coelhos possui vermes e insetos para as
aves alimentarem-se.
Arborização de Culturas: Utilizam-se espécies arbóreas de porte
médio e alto para a produção de madeira, frutos ou usos múltiplos, plantadas a
espaçamentos regulares e amplos permitindo inclusive a mecanização. São os
chamados “Sistemas Agroflorestais
Tradicionais”. São muito importantes para as zonas de transição entre as
matas e os campos, para a região do Cerrado Brasileiro, para os sistemas de
produção monoculturais de cana-de-açúcar e soja no Brasil, para as comunidades
autóctones da Amazônia, entre outras.
Árvores para Sombreamento: Espécies arbóreas de porte médio e alto,
madeireiras, frutíferas ou para usos múltiplos, usadas para a proteção de
culturas agrícolas anuais ou perenes de sombra (Cacau, café, pupunha,
cardamomo, gengibre, medicinais, etc). São formados de forma mais densa e
compacta.
Suporte para Trepadeiras: Árvores e arbustos para uso como esteio de
culturas como maracujá, uva, chuchu, cará, pimenta-do-reino, guaraná, etc. É usado
o bambu, acácia, grevilha, eucalipto, arueira, mogno, cedro, entre outras.
Integração Piscicultura-Bosque ou Aquassilvicultura: árvores cujos
frutos sejam aproveitados para alimentação de tanques de piscicultura. Ex:
Araçá, guavirova, pitanga, goiaba, pessegueiro, videira, citrus, murici, banana,
etc.
Árvores em
Matas Ciliares: Palmito e reflorestamento de árvores para
conter enxurrada e erosão de rios, normalmente para fins comerciais, como
abacateiro, citrus, pereiras, mangueiras, banana, graviolas, cupuaçu. Os rios
podem ser repovoados com aguapés e vitória régia, mediante estudos de
capacidade.
Pupunha, Mercado
Vale-Quanto-Pesa, Belém - BR
Árvores de Valor Comercial: Espécies florestais que são cultivadas
em áreas específicas, normalmente em terrenos inclinados, na forma de bosques
úmidos ou não, que objetivam a venda futura de madeira para movelaria
principalmente. Também são cultivadas para cercas vivas inclusive de divisas
territoriais e para sombreamento de estradas. Mais comum é o eucalipto, cedro,
mogno e araucária.
Árvores para Melhoramento da Fertilidade dos Solos: Espécies
florestais que possuem a capacidade de nitrogenar o solo enriquecendo-o com níveis
de nitrogênio e fósforo muito mais elevados e são cultivadas normalmente em práticas
mais longas de pousio, no repovoamento de florestas. Também são utilizadas em
sistemas agroflorestais, sobretudo nos sistemas de cultivo em aléias ou alley
cropping. Ex: Angico, leucena, grevilha, etc.
Agricultura Indígena Tradicional Amazônica: Esta agricultura
aborígene amazônica chega a introduzir um consórcio com 140 espécies diferentes
de aproveitamento alimentar, medicinal, para combater pragas e atrair caça.
Possui o uso da batata-doce como planta básica de controle da regeneração
natural da floresta. Seu sistema mais sustentável possui uma razoável fonte de
vitaminas, energia e proteínas.
Agricultura em Patamares ou “Slopping Agricultural Land Tecnology”: Agricultura praticada por exemplo nos Andes e
nas Filipinas em plantações de arroz em terrenos declivosos, utiliza SAFs para
contenção da erosão e proteção do solo.
Açaí, peixe e farinha com
pimenta, almoço típico na Amazônia
As Vantagens e as Limitações dos Sistemas Agroflorestais
A
formação dos SAFs engloba como norma básica uma estrutura agrícola
diversificada, menos dependente de recursos externos, mais regenerativa e que
melhora a qualidade de vida e do meio-ambiente. Ainda é descentralizada nos
conteúdos e formas de organização social e política. Seus objetivos consistem
basicamente de:
-
Aumentar a utilização e rendimento fotossintético dos vegetais. Isto também
segue prioridades. Uma delas, é a busca de novas descobertas de ordem genética
(pesquisa etnobiológica, engenharia, citogenética e biotecnologia), outra, é a
estratificação vertical e melhor combinação horizontal adequada das plantas
(Permacultura, engenharia florestal e SAFs diversos).
-
Incrementar a melhoria de fertilidade dos solos e reciclagem de nutrientes,
diminuindo o impacto dos fatores interperizantes, usufruindo das técnicas de
conservação e manejo adequadas.
-
Ocupar da melhor forma diferentes horizontes de solo e extratos aéreos
verticais trazendo proteção maior contra ventos e tempestades.
-
Evitar o efeito dependência e queda de mercado, com uma maior diversidade
alimentar e oferta de produtos.
- Conquistar novas fontes de exploração agrícolas
mais sustentáveis, entre os sistemas de consórcio agrícola, arbóreo e animal.
-
Verticalizar a economia. Proteger o meio-ambiente, e se tornar um importante
fator de prevenção ao impacto das mudanças climáticas.
-
Melhorar as condições vitais, ambientais, ecológicas e climáticas do
ecossistema.
-
Pode ser habitado e consorciado com a criação de animais silvestres.
Tab. 2.0. Comparação de Dois Paradigmas de Cultivo:
Monocultivos e
Policultivos
(Adaptação de CHAVELAS,
CATIE, 1979)
Características |
Monocultivos |
Policultivos
|
Estrutura:
|
Lavouras
|
SAFs
|
Estratos:
|
Dimensional
|
Multidimensional
|
Arquitetura:
|
Homogênea
|
Heterogênea
|
Fitossanidade:
|
Pragas Uniespecíficas
Rápida multiplicação
|
Poucas pragas
Barreiras naturais
com maior número de
inimigos naturais
|
Ocupação do Agricultor:
|
Estacional
|
Contínua
|
Atividades:
|
Casual
Intensiva
|
Sustentável
Múltipla
|
Aproveitamento da Capacidade Sócio-cultural:
|
Limitada
Se transplantam
Tecnologias Tradicionais e
Convencionais impactantes
Importação Massiva
de Nutrientes, Sementes
Perda Crescente de
Valores Tradicionais
|
Sem previsão de limites
Tecnologias. associadas a descobertas mais
recentes, adaptáveis ao local da atividade
Pouca importação
de tecnologia e de nutrientes
Evolução da Cultura Tradicional
|
Impacto ecológico:
|
Degradação e exploração
do meio ambiente
Destruição, Venda e Exportação do
Ecossistema
|
Procura-se
melhorar o
ambiente
Busca-se a
reciclagem de nutrientes e a recuperação da fertilidade
Ecossistema é
reciclado e mais preservado
|
Retorno Econômico
|
Atualmente paga os
custos de produção, mas os custos ambientais e sociais não são orçados
|
Consegue pagar seus custos de
implantação, obter lucratividade e sem ônus ao ambiente.
|
Algumas
Experiências em SAFs e seus efeitos na Economia
Experimento
em Una (Bahia, Brasil), ano de 1984, envolvendo o cultivo de seringueiras (Hevea brasilium) consorciadas com banana-da-terra
(Musa paradisiaca) e açaí (Enterpe oleraceae), demonstra que se
pode deslocar para o segundo ano de exploração agrícola o retorno dos gastos
para a implantação do sistema através da venda da produção de banana-da-terra e
açaí. Em monocultivos, de seringueira teríamos o retorno a partir do nono ano
(Alvim et al, 1989). O mesmo autor
demonstra que o ponto de nivelamento econômico em um consórcio de cacau (Theobroma cacau) com pimenta (Piper nigrum), pupunheira (Bactris gasiparae), banana-prata (Musa sapientum) e mistura de variedades
locais de mandioca, pode ser deslocado para o 2o. ano, ao invés de ser gerada
no 12o. ano como é encontrado nos monocultivos de cacau e seringueira.
Para
o dendê (Elaeis guineensis), o abacaxi
possibilita retornos a partir do segundo ano quando em consórcio. Seria 8
anos para retorno positivo em monocultura (Alvim et al, 1989). Rayatree
exemplifica como cultivo de grande retorno financeiro o exemplo do consórcio Acacia albida e sorgo no Saara. A produção chega a ser duas vezes maior. As
folhas das espécies florestais caem na estação chuvosa quando está sendo
cultivada a cultura anual e permanecem na seca protegendo o solo e combatendo
os ventos, quando não são realizados os plantios. Copijni exemplifica o emprego
do consórcio entre uma espécie de Kiwi (Paulownia
alongata) e o cultivo de culturas anuais na China. A produção chega a ser o
dobro, pois as culturas anuais atraem insetos polinizadores e dinamizam melhor
os nutrientes, e o retorno é bastante compensador. Outro pesquisador, Lagemann
enfatiza que os cultivos mistos chegam a ser 10 vezes mais rentáveis que os
convencionais.
Stoler
demonstra que os hortos caseiros trouxeram mais de 60% da necessidade de
calorias da família e mais de 20% dos ingressos econômicos em outros países
como Java. Na Nigéria, 67% do país é cultivado com um consórcio entre azeite de
palma, cacau, café e noz-de-cola (Getahun, Wilson e Kang, 1982). Todas estas
culturas são organizadas na maioria em associações e são exportadas para os países
europeus. Grande parte da Ásia sul, porção oriental, cultiva-se côco
consorciado com caucho, cacau, café e azeite-de-palma. No Quênia, 50% da lenha
e 40% da forragem são provenientes do cultivo de árvores na beira dos cursos
d'água, caminhos, estradas, borda de lavouras, etc.
No
Brasil, 73% do semi-árido nordestino não podem depender de chuvas para a
adequada exploração agrícola (Hargreaves). Assim é necessário o uso de espécies
vegetais arbóreas de elevada resistência às intempéries da seca. Nesta mesma
região, o consórcio cacau e bananeira são muito utilizados, já côco (Cocos nucifera), babaçu (Orbignya martiana), carnaúba (Copernicia prunifera) e dendê (Elaeis
guinensis) são utilizados com espécies de elevado retorno econômicos.
Cupuaçu, Belém - PR
Dubois
et al (1983),coloca que o valor bruto da produção ha/ano pode ser aumentado em
46,21% e a receita líquida da atividade agrícola ha/ano também pode aumentar em
41,76% com policultivos com cacau, café, cupuaçu, mandioca, feijão, milho, arroz,
freijó (Cordia goeldina), mogno (Swietenia macrophyla), na regiåo de
Tapajós-Amazônia Brasileira. Isto representa acréscimos de 5 ha/ano em relação
a área de monocultivos agrícola. No sul do Brasil experimento que envolve o
plantio da bracatinga (Mimosae scabrela)
afirma que se pode ter um rendimento médio econômico de 45 % a mais com o seu
cultivo consorciado com as lavouras, com a venda da lenha, produção de mel e
acúmulo de nitrogênio no solo.
Kang,
em 1987 estimou a contribuição de nutrientes de aléias de glicirídia e leucaena
para uma cultura de milho em 40
Kg por ha. Guevara, 1978 reporta rendimentos de 500 a 600 kg de N por hectare em
plantações de forragem no Havaí.
6. Metodologia:
Alem de viajar-se por várias regiões do Brasil, e termos participado
de congressos nacionais de agroecologia e de permacultura, onde se destacaram o
IV Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa em Petrópolis – RJ, no ano de 1984, e a aprovação de uma
consultoria para o Centro Nacional das Populações Tradicionais – CNPT, do
IBAMA, em Brasília, para o PPG7/ONU, na região de fronteira do Brasil com o
Peru, na reserva extrativista Chico Mendes, no ano de 1998, desenvolvemos uma
síntese de nossas buscas e pesquisas em nosso sitio, aplicando várias
eco-tecnologias, na sede de nossa organização, o Instituto Anima, de forma
intensa e objetiva.
O Sitio Cristal Dourado foi encontrado abandonado, coberto de mata
de cipó espinhoso e com uma população muito elevada de pinus eliotti. Em 2 meses limpamos o local, retiramos o pinus, e
iniciamos um processo de zoneamento e de
setorização do sitio, potencializando cada local com novos cultivos e
combinações de plantas, em diferentes níveis e estratos agroflorestais. Em 120
dias, plantamos completamente a área, tornando-a muito produtiva:
- Iniciamos com hortas, em sistemas de policultivos: com plantio de
ervas medicinais (Menta, mirra, hortelã, malva, cana-de-macaco, arruda, guiné, centella asiática, babosa, saião,
orégano, alecrim, tomilho, mercúrio cromo, mil folhas, artemísia, ginseng, cânfora,
quebra-pedras, arnica, abre caminho, gervão, ambrosia, entre outras) no extremo
dos canteiros, e do lado oposto, espécies mais perenes como couve, berinjela,
pimentão, pimenta, tomate, abobrinha, etc. Sementes de hortaliças, como
cenoura, rabanete, nabo, rúcula, alface, chicória, agrião, acelga, coentro,
salsa, cebolinha, alho porró, foram semeadas em linhas, e no meio das ervas
medicinais de maior porte, sendo colocadas à lanço.
Posteriormente, devido à forte presença do aquecimento solar,
tivemos que optar por construir uma estrutura superior de madeira de eucalipto e
as toras, aproveitando em parte as toras de pinus do sitio, e sendo coberta por
tela de sombrite 50 %. Entre os postes
colocamos fios de arame galvanizado, e para subir neles introduzimos o plantio
de guaco, a ora-pro-nobis, o maracujá, o feijão-vagem guarani, a vagem, ervilha,
a bucha e a cabaça. Temos hoje quatro
hortas totalmente cobertas, totalizando aproximadamente 900 m2 de área coberta, e
sendo irrigadas com mangueiras de microaspersão Santeno tipo II, que são
dispostas sobre ripas finas de madeira, penduradas por arames nas estufas de
sombrite. O ambiente interno fica protegido, mais úmido e bem vital. Até no
verão em nossos solos pobres arenosos, onde o sol é intenso e atinge mais de 14
UV, pois estamos a 1.5 km
do mar, temos uma boa produção de alimentos e até de verdes como alface. Isto
não ocorre em quase lugar nenhum da “ilha da magia” ou Florianópolis ou Floripa
como é chamada nossa capital de SC.
- A adubação dos solos: foi realizada durante várias vezes ao ano,
com porções pequenas e constantes de calcáreo, pó de rocha, esterco de aves, de
boi e nossa compostagem, esta em uma escala maior. Houve o uso de palha de
pinus e de serragem fina em alguns locais. Adubação em excesso atrai pragas, e
sempre é interessante em doses menores quando as plantas ficam mais
enfraquecidas. O uso de biofertilizante foi sempre aspergido em dias de sol
muito forte e seco, nos finais de tarde, algumas vezes por ano, e este biofertilizante
possui algas, água do mar, pó-de-rocha, bórax, zinco, enxofre, leite,
bagaço-de-cana, restos vegetais verdes escuros e animais, como esterco de aves
e de cachorro, gado e um pouco de sulfomagro e de biogel comprado externamente.
Ele aumenta a absorção de nitrogênio em plantas que estão carentes deste
elemento e ativa profundamente a biologia.
- Montamos duas mandalas de ervas medicinais: de mais de 10 ms de
diâmetro cada uma, e que possuem uma produção de mirra, gervão, ginseng,
artemísia, ambrosia, carqueja, babosa, saião, alecrim, arruda, mil folhas,
hortelã, malva, capim limão, melissa, agave, folha da fortuna, abre caminho e
abacateiro.
Cabaças de 300 anos,
coloniais, que estamos resgatando
Groselha ou Hibiscos
Tabaco, espécie muito
procurada
Tabelas de Produtos do
Instituto Anima:
Amigos (as), conheçam nossa permacultura medicinal, organizada na
forma de produtos como ervas e compostos medicinais que atuam de forma mais
profunda e eficaz, alimentos nutritivos integrais, cds musicais e velas
artesanais feitas de cera de abelha. Maiores detalhes estão na ecoloja em nosso
portal da vida: www.institutoanima.org, e em nosso stand nas
ecofeiras em Floripa - SC
Somente com a venda de nossos chás e remédios artesanais em nossas
ecofeiras e em nossa sede conseguimos manter e investir na manutenção de nossa
sede e Sitio Cristal Dourado, sem contar com nossa ampla produção de alimentos
agroecológicos fresquinhos e profundos artendimentos terapêuticos ... e o mais importante, é que
observem todo o potencial que uma área de apenas 1/2 hectare pode fornecer de
preciosa abundância, riqueza terapêutica e exemplo de ambiente de cura para
toda a humanidade e planeta Terra.
Chás
|
Funções
|
Vol
|
Atac + 10
|
Var Un
|
Composto Calmante:
Capim Limão, Melissa, Maracujá
|
Acalmar, Combater Insônia, Agitação do Sistema Nervoso,
Limpar a Mente, Evitar uso de Drogas, Boa Circulação, Cardíaco
|
Pc. 50 gr
|
3.00
|
5.00
|
Composto Emagrecedor:
Abacateiro, Ambrosia, Capim Limão, Cavalinha, Centella Asiática,
Espinheira Santa, Mil Folhas, Melissa e Pata de Vaca
|
Emagrecedora, Depurativas, Hepáticas, Antianêmica, Diuréticas,
Renal
|
Pc. 50 gr
|
3.00
|
5.00
|
Composto Antigripal:
Capim Limão, Guaco, Malva, Mastruço, Menta, Pitanga, Picão Branco,
Poejo, Melissa
|
Pneumonia, Gripe, Resfriado, Tosse, Febre
Asma, Catarro, Bronquite, Imunidade
|
Pc. 50 gr
|
3.00
|
5.00
|
Composto Fortalecedor:
Catuaba, Jatobá,Mulungu e Jurema Preta |
Anemia e Fraqueza, Coração,
Anti-Vampirismo,
Medula e Sangue, Mioma,
previne Câncer no Útero e Ovário, Próstata, Circulação e Oxigenação Celular,
evita Depressão
|
Pc. 50 gr
|
3.00
|
5.00
|
Abacateiro
Persea gratissima, Gaertn |
Combate Diarréias, Desinterias, Febres, Reumatismo, Problemas
e Cálculos Renais, Diurético e Artritismo
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 3.00/50 gr
|
|
Chá Arnica do Campo
Anthenis nobilis, L. |
Antiinflamatória, Diurética, Dores e Contusões
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Chá Artemísia
Artemísia vulgaris, L. |
Má Menstruação, Anemia, Cólicas, Estomago Débil, Anterite,
Epilepsia, Flatulência, Icterícia, Calmante, Piolhos e Feridas
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00:
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Alecrim
Rosmarinus officinalis L. |
Úlceras, enxaqueca, queda de cabelo, depressão, vertigem,
cansaço físico e mental, hemorróidas, afecções hepáticas, intestinais e
renais, bronquite, coqueluche, feridas, úlceras, gota, clorose, nevralgias,
paralisias, feridas, contusões, indigestão, histeria, nervosismo, celulite,
colesterol, convalescença, odontalgia, edema, entorse, frigidez, impotência,
rugas, insônia e torcicolo
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 30.00:
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Alfavaca e Mangericão
Ocimum basilicul L. |
Purificadora, Limpeza do Sangue e Astral, Vermífuga, Tônica,
Gástrica, Diurética, Combate Dores na Urina, a Falta de Apetite, Insônia e a
Má Lactação, Indicada para Gestantes, como tempero
|
Minimo 10 uns: R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 3.00/50 gr
|
|
Amoreira
Morus nigra L.
|
Diabetes, Pedras nos
Rins , Bexiga.
Reposição Hormonal,
Olhos
|
|||
Boldo
Vernonia condensata L. |
Hepatite, Males do Fígado, Vesícula, Gastrite, Insônia,
Reumatismo e Gonorréia
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 3.00/50 gr
|
|
Barbatimão
Stryphnodendrum barbatiman, L. |
Hemorragias Internas, Corrimento Vaginal, Gonorréia, Feridas,
Hérnias e Ulcerações Externas
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 5.00/50 gr
|
|
BardanaArctium lappa |
Mineralizante, Fortalecimento, Pele, Diurética, Hipoglicemiante, Anti-inflamatória,
bactericida, depurativa e cicatrizante, couro cabeludo nas dermatites
descamantes
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Branco |
Antioxidante, emagrescedor, diminui colesterol, combate cárie
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 5.00/50 gr
|
|
Canela em Rama
Cinnamomum zeylanicum |
Adstringente, antisséptica, aromática, carminativa, digestiva,
vasodilatadora, hipertensora, sedativa, fortalecedora, contra indicação para gestantes
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 3.00/50 gr
|
|
Camomila
Chamomilla recutita [L.] Rauschert |
Inflamações oftálmicas, diarréia infantil, embaraços
gástricos, enjôos, indigestões, enxaquecas, afecções de pele, cólicas,
lumbago, estomatite, afta, ciática, gota, mialgias, cistites, náuseas,
assaduras, queimaduras de sol, doenças do útero e do ovário, gengivite,
feridas, oftalmias, insônia, afecções nervosas, inapetência e úlceras
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Capim Limão
Cymbopogon citratus,(D.C. et Nees.) Stapt |
Calmante, Refrescante, Renal, Diurético, Antigripal,
Desinfetante, Gases
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Carqueja
Baccharis trimera Less. |
Má digestão, feridas e úlceras, gota, obesidade, azia,
gastrite, fraqueza intestinal, icterícia, afecções do baço, fígado e da
bexiga, má-circulação, angina, cálculos biliares, inflamação das vias
urinárias, chagas venéreas, lepra, impotência masculina e esterilidade
feminina
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Cana de Macaco
Costus spiralis, Rose |
Cálculos Renais, Bexiga, Inflamações das vias urinárias,
Calmante, Diurética, Emagrecedora, Refrigerante, Dores em Geral, Arteriosclerose,
Gonorréia e Sífilis
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Cavalinha
Equisetum arvensis L. |
Depurativas, Remineralizante, Antiinflamatória, Diuréticas,
Cicatrizante, Tonificante, Revitalizante e Antiacne, Seca Excesso de Líquidos
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Cinamomo
Melia azedarach, L. |
Prisão de Ventre, Histerismo e Abortivo, Uso Externo para
Feridas e Problemas de Pele, Vermífugo
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 3.00/50 gr
|
|
Erva Baleeira ou Salicínea
Cordia verbenácea, L. |
Hemorragias Internas, antiinflamatória, cicatrizante, para
feridas, remove hematomas, reumatismo, dor na coluna, incenso natural
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Erva Cidreira
Lippia Alba, L. |
Calmante, antinevrálgica, digestiva, antiespasmódica,
estimulante, estomáquica, sedativa, tônica dos nervos e hipotensora
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
Varejo: R$ - 3.00/50 gr
|
|
Erva Doce
Pimpinella anisum |
Funções: Calmante, combate insônia, náuseas, cólicas e
vômitos. Reestabelece a menstruação e aumenta o leite materno
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Espinheira Santa
Maytenus Ilicifolia L. |
Gastrite, Gases, Acne, Intestino Preso, Retira Excesso de
líquidos, Emagrecedora, Limpeza Espiritual e Mental
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Chá de Feijão-Andu
Cajanus cajan, Merr. |
Depurativo, Antianêmico, Tosse e Inflamação da Garganta,
Antialérgico e Adstringente
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 3.00/50 gr
|
|
Folha-da-Fortuna
Bryophyllum calcymum, Salisb |
Diabete, Úlcera, Feridas, Frieiras, Pulmões e Pedras nos Rins
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Funcho
Foeniculum vulgare, Gaert |
Digestivo, Gases, Verminose, Expectorante, Tosses, Calmante e
Cólicas, Amamentação
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Gengibre
Zingiber officinalis |
Estimulante gastrointestinal, combate gases,
anti-inflamatório, para reumatismo artrites, feridas, circulação, tosses e
bronquites
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 3.00/50 gr
|
|
Gervão Preto
Stachytarpheta janaicebsis |
Hepática e Hepatite, Antiinflamatória, Estimulante, Eczemas,
Erisipela, Afecções da Pele, Prisão de Ventre, Renal, Cataplasma para Artrite
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Ginko Biloba
|
Oxidação das células e
no envelhecimento. Estimulante da circulação, diminui a hiperagregação
plaquetária, evitando tromboses. Indicado ainda contra micro varizes, artrite
e cansaço nas pernas
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Ginseng Brasileiro
Pfaffia Paniculata L. |
Revitalizante e anti-stress, proteção da Aura, rico em Cálcio,
Magnésio e Fósforo, tem ação Anticancerígena e Circulatória, Emagrece
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Guaco
Mikania glomerata Sprengel |
Resfriados e bronquites, inflamações de garganta,
antiasmática, febrífuga, tônica, peitoral, diurética, hipotensora, calmante,
sudorífica, cicatrizante anti-reumática e antiofídica. Raio azul, excelente
para o chacra laríngeo
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Hortelã Branca
Mentha rotundifolia L.
|
Calmante, Anti-séptica, Gases, Estômago, Prisão de Ventre,
Enxaquecas, Pele, Feridas, Resfriados, Febre, Vermífuga e Anti-reumática
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Malva
Malva crispa, L.
|
Limpeza Interior e exterior, Aftas, Dor de Dente, Mau Hálito,
Úlceras, Laringites, Inflamações nos Olhos, Ouvidos e Intestinos, Imunidade,
Clorofila
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Chá de Marapuama
Ptychopetalum olacoides, Rill |
Proteção da Aura e da Alma, Ativação do Cálcio, Magnésio,
Fósforo, Inteligência, Memória, Anti-stress, Afrodisíaco e Antidepressivo
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 30.00
|
R$ - 5.00/50 gr
|
|
Marcela
Achyrocline satureioides, Lam. |
Calmante, Diurética, Digestiva, Azia, Cólicas Abdominais,
Diabetes, Antifebril, Disenterias, Tonico Capilar, Bactericida, traz luz a
vida
|
R$ - 2.00/50 gr Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
MaracujáPassiflora alata, L. |
Ansiedade, Insônia, Tensão Pré-Menstrual, Menopausa,
Taquicardia,
Espasmos e Nevralgias
|
R$ - 2.00/50 gr Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Chá Mentrasto ou Santa Maria
Chenopodium ambrosioides, L. |
Depurativa, Antiácidas, Varizes, Antianêmica, Tosses e
Brônquios, Manchas nos Pulmões, Hemorróidas e Vermífugo Poderoso
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 3.00/50 gr
|
|
Chá de Menta
Mentha piperita L. |
Calmante, Refrescante, Antifebrífugo, Digestiva, Vermífuga,
Enjôo e Vômito, Tosses, Garganta, Gengiva e Inflamações, Clorofila, Imunidade
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 40.00
|
Varejo: R$ - 5.00/50 gr
|
|
Mil Folhas ou Novalgina
Achillea millefolium L. |
Febre,
alivia dores, reumatismo, varizes, insônia, pressão alta, má circulação,
males do estômago e fígado, como infusão em gelo em hemorróidas, banhos de
assento ginecológicos, é expectorante e anticelulítica
|
R$ -
2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Cipó Mil Homens
Aristolochia Cymbifera, Martius |
Gástrico,
Hepático, Renal, Baço, TPM,
Asma,
Febres, Diarréia, Convulsões,
Epilepsia,
Palpitações, Fratulência,
Uso
externo em Pruridos e Eczemas
|
R$ -
2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
Varejo: R$ - 4.00/50 gr
|
|
Pata de Vaca
Bauhinia forficata Link. |
Poderoso hipoglicemiante, indicado em Diabetes melittus e
elefantíase, reduz a excreção de urina, regularizando a glicemia sangüínea,
afecções renais, melhora digestão e fígado, moléstias da pele e prisão de
ventre
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
Varejo: R$ - 3.00/50 gr
|
|
Pau Verônica do Pará
Dalbergia subcymosa, D.C. |
Anemia e Fraqueza, Coração, Vampirismo, Medula e Sangue,
Câncer e Mioma, Útero, Ovário, Circulação e Oxigenação Celular, Icterícia,
Picadas de Aranha e Queda de Cabelo
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 40.00
|
R$ - 5.00/50 gr
|
|
Chá Penicilina
Althernantera brasiliana, |
Diabete, Colesterol, Diurético, Cálculos Renais, Edemas
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Picão Preto ou Cuambu
Bidens pilosa, L. |
Diabetes e Hepáticas, Icterícia, Desinterias, Pedras nas
Vesículas e Rins, Bexiga, Asma, Bronquite, Amígdalas, Inflamações Crônicas,
Emagrecedor e retira Líquidos em excesso do corpo
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Picão Branco ou Botão de OuroGalinsoga parviflora, Cav |
Hepáticas e Diabetes, Icterícia,
Desinterias, Pedras nas Vesículas e
Rins, Bexiga, Asma, Bronquite, Inflamações Crônicas, Amígdalas
|
R$ - 2.00/50 gr. Kilo: R$ - 20.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Quebra Pedras
Phyllanthus niruri L. ssp. latryrroides |
Diabetes, litíases renais, disenteria, hepatite-B, afecções do
fígado, cólicas renais, infecções pulmonares, hemorragias, úlceras,
contusões, feridas, gangrenas, febre palustre, afecções urinárias, da pele,
da boca e da garganta, albuminúria, icterícia, gota, hipertensão arterial,
afecções da próstata e cistite
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Saião Kalanchoe brasiliensis, Camb. |
Aftas, Calos, Erisipela, Feridas, Frieiras, Tumores, Úlceras,
Verrugas, Xarope para Tuberculose Pulmonar
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Verde
Cameilia sinensis
|
Digestão,
Emagrecimento, Diurético,
Renal, Estômago,
Purificação
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
TanchagemPlantago maior, L |
Antiinflamatória, Ulcerações,
Dor de
Garganta, Gengivas, Limpeza de
Útero e Ovários,
Hemorróidas, Olhos, Seios,
Tosse e Bronquite
|
R$ - 2.50/50 gr. Kilo: R$ - 25.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Vinagreira
Hibiscus sabdariffa L. |
Depurativa, Hepática, Antianêmica, Diurética, Laxante, Chacra
Cardíaco, fortalece a Amorosidade, Chá Frio para Soltar o Intestino
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 30.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
|
Unha-de-GatoUncaria Guianensis, (Aublet) Gmelin |
Renal, Bexiga,
Intestino Preso,
Desinteria, Urina
Solta, Febres, Sífilis,
Hemorróidas e Desidratação
|
R$ - 3.00/50 gr. Kilo: R$ - 30.00
|
R$ - 4.00/50 gr
|
Produtos Fitoterápicos
|
Funções
|
Vol
|
Atac +10
|
Var
|
Xarope Antigripal:
Copaíba, Própolis 40 %,
Mel de Eucalipto e de Bracatinga
|
Antigripal, Catarro, Dor de Garganta,
Dentes,
Gengiva, Mau Hálito, Mucosidade e
Infecções Internas,
Aumenta a Imunidade
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Composto Antigripal:
Acerola, Embaúba, Guaco, Laranjeira, Mastruço,
Pitanga, Picão Branco, Pulmonária.
|
Pneumonia, Gripe, Resfriado, Tosse, Febre Asma, Catarro,
Bronquite, Imunidade,
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Composto Tônico Fortalecedor:
Alecrim, Aroeira, Barbatimão, Catuaba, Barbatimão,
Gervão, Guaraná, Marapuama, Menta, Mil-Folhas, Pau-Ferro, Pau Verônica e
Penicilina
|
Antianêmico, Debilidade, Stress, Falta de Ãnimo, Vampirismo,
Fechamento do Campo, Memória e Impotência.
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Composto Gástrico:
Boldo, Espinheira Santa, Erva Doce, Funcho, Unha de Gato
|
Gastrite, Fermentação, Má Digestão
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Composto da Harmonia Geral:
Possui Alecrim, Alevante, Capim Limão, Hortelã,
Malva, Menta, Melissa e Mil-Folhas.
|
Dor de Cabeça, Enxaquecas, Dores, Calor Interno, Fermentação,
Emagrecimento, Desintoxicação, Dores de Garganta, Gengivas, Dentes, Feridas e
Inflamações.
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Composto Antiinflamatório:
Arnica,
Babosa, Cânfora, Capim Limão,
Erva
Baleeira, Melissa, Menta
|
Uso interno e externo para Feridas, Ulcerações,
Inflamações, Inchaços e Dores Musculares
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Tintura
Externa:
Artemísia, Confrei, Malva,
Menta, Pau Ferro e Própolis
|
Feridas, Ulcerações, Dentes
|
Frasco
30 mls
|
R$ - 9.00
|
R$ - 15.00
|
Spray Purificador:
Alecrim,
Alevante, Capim limão, Citronela, Hortelã, Malva, Menta, Melissa, Mil-folhas,
Óleo Essencial de Alecrim, Cipreste, Hortelã-Pimenta, Ylang-Ylang,
Lima-limão, Eucalipto e Flores Andinas
|
.
Retira Impurezas do Ar, Purificador, combate a Moscas e
Mosquitos, Armazenamento de Sementes, Automóvel, é eficaz Repelente
|
Frasco
50 mls
|
R$ - 12.00
|
R$ - 20.00
|
Fumo
Medicinal Nagual:
Alecrim,
Artemísia, Erva Baleeira, Capim Limão, Camomila, Hipérico, Menta, Malva,
Melissa, Mentrasto, Mirra, Pfáffia, Resina de Jatobá, Breu Branco e Tabaco
Orgânico
Todos
cultivados de forma ecológica no Sitio Cristal Dourado, sede do Instituto
Anima. Não possui nenhum componente baseado em psicoativos como cannabis
sativa ou assemelhados
|
Anti-stress, fecha campo energético, traz vitalidade e
proteção, ativa o chacra do plexo solar, é profundo purificador, substitui o
cigarro
|
Pcts
50 gr
|
R$ - 3.0
|
R$ - 7.00
|
Óleo
Medicinal Biovital:
Arnica,
Babosa, Cânfora, Capim Limão, Erva Doce, Erva Baleeira,
Melissa,
Menta, Mirra, Malva, Folha da Fortuna, Saião,
óleo de
Eucalipto, resina de Jatobá e Breu
Branco, base é óleo de girassol a frio ou arroz
|
Limpeza e Tônico para Pele, Relaxante e Antiinflamatório
|
Frasco
50 mls
|
R$ - 12.00
|
R$ - 15.00
|
Pomada
Mágica de Própolis:
Com
Alecrim , Alevante, Babosa, Confrei, Capim Limão, Hortelã, Malva, Menta,
Melissa, Mil-folhas, Própolis, Pau-Ferro, Óleo Essencial de Lima-limão,
Eucalipto e de
Flores
Andinas, base é o Óleo de Babaçu
|
Cicatrizante, desinfetante, indicada para acne e mancha de pele
|
Pt 30 g
|
R$ - 6.50
|
R$ - 10.00
|
Sabonetes
Medicinais Puros: solicite o tipo:
Lavanda,
Alecrim, Malva, Menta, Ylang Ylang, Gengibre, Leite de Aveia, Guaraná,
Laranjeira, Cravo, Canela, Coco, Chocolate, Vinho Tinto, Arruda com Sal
Grosso, entre outros sabores e aromas puros e naturais, possuem excelente
qualidade, durabilidade e consistência, assim não se desmancham ou perdem sua
essência facilmente.
|
Várias funções: hidratação e purificação da pele e do organismo
|
40 gr
|
R$ - 2.20- 2.50
|
R$ - 4.00 ou 3 unidades por R$ -
10.00
|
Perfume Natural
Breu Branco Amazônico, Resina deJatobá, Erva Doce,
Canela e Ginseng
|
Desodoriza e purifica o organismo
|
Frascos
40 mls
|
R$ - 11.00
|
R$ - 15.00
|
Alimentos Integrais
|
Funções
|
Vol
|
Atac +10
|
Var
|
Pão Medicinal
Integral
Farinha Integral, Farinha Branca, Óleo, Sal,Fermento Biológico, Mangericão, Linhaça e Muito Sol
Pode-se solicitar que seja feito com: salsa, espinafre, alecrim,
abobora, cenoura, mandioca e batata-doce
|
Alimentação
|
400 gr
|
R$ - 2.50
|
R$ - 3.50
|
Pizzas Integrais Orgânicas
Dois sabores: Milho, tomate, salsa, mangericão, orégano, queijo
colonial
Rúcula, ora-pro-nóbis, tomate, queijo colonial, mangericão e orégano
|
Alimentação
|
Grande
Média
|
R$ - 15.00
R$ - 10.00
|
R$ - 25.00
R$ - 15.00
|
Biscoitos Integrais:
Aveia com uva passa e côco com maisena
|
Alimentação
|
Scs 50g e 150g
|
R$ - 1.0 e
R$ - 1.5
|
R$ - 1.5
R$ - 2.50
|
Granola Completa Integral:
Aveia Grossa e Média, Castanha de Caju, Castanha do Pará, Erva Doce,Flocos de Milho, Leite de Soja, Linhaça, Damasco. Ameixa, Banana e Uva Passa, e Melado de Cana, |
Alimentação, para boa Memória,
Inteligência, Osteoporose, Esporte
|
Scs 500g
|
R$ - 4.0
|
R$ - 6.00
|
Gersal do Campeche Completo:
Gergelim, Mangericão, Mangerona, Salsa, Orégano e Sal Marinho
|
Gastrite,
Gases, Acne, Intestino Preso, Mente
|
Scs 150g
|
R$ - 1.50
|
R$ - 3.00
|
Farinha Múltipla 10:
Fibra e Gérmen de Trigo, Farinhas de Soja, Aveia,
Milho, Mandioca, Dolomita, Linhaça, Gergelim,
Abóbora, Espinafre e Couve em Pó
|
Rica Fonte de Vitamina A, B, C, E,
B12,Micronutrientes, útil para subnutrição
|
Scs
150g
|
R$ - 1.50
|
R$ - 3.00
|
Sistemas de Agroflorestas do Sitio Cristal Dourado:
- Modelo de Agrofloresta I: Policultivos com Maracujá: Temos uma
grande produção de maracujá, em sistema de espaldeira, consorciado com guandu,
mandioca, amendoim, milho crioulo e indígena (Mais de 20 variedades), quiabo,
girassol, abóboras, melancias, melões, batata-doce, e feijões vagens guaranis
(2 espécies antigas em extinção), crotalária (3 espécies) que servem como
alimento secos, verdes e para adubação verde. Os feijões guaranis secos parecem
como o feijão azuki, mas são bem mais rústicos e se espalham muito mais. Podem
ser comidos como vagem, verdes e nitrificam os solos. Secos fornecem brotos
muito poderosos.
O guandu é cultivado ao lado do maracujá, e é podado três vezes ao
ano, as sementes são cozinhadas com arroz, e são muito fortes, a mandioca é
plantada em linhas com os demais cultivos, distante 1 m, somente que bem espalhada,
e a batata-doce é implantada no outro extremo, distante 5 a 10 ms. Mandioca é colhida a
cada 12 meses, algumas deixamos 36 meses, e ficam com 1.5 ms cada raiz ! Cada
batata-doce neste sistema, se adubada corretamente com composto chega atingir 1.0 kg cada uma!
Ocorre uma maior proteção do solo, com o crescimento da abóbora,
melancia, amendoim, batata-doce e feijão guarani. As copas da mandioca também
são podadas. Nas porções finais do terreno é introduzida a banana, pinha,
ora-pro-nobis, physalis sp, e nos
arames que ficam vazios, plantam-se buchas, cabaças, chuchu nos locais mais
úmidos, e guaco.
Espécies agroflorestais menores podem ser colocadas no centro do
sistema, como o mamão, figo, limão, araçá, guavirova, cabeludinha, côco-anão,
açaí, laranjinha, pitanga, acerola e bicuda (Nativa da Ilha de Fpolis).
Depois da colheita que começa com o quiabo, o milho, o girassol, o
feijão, o maracujá (Durante 6 meses), ainda a crotalária, a batata-doce, a mandioca,
inserimos ainda a mucuna preta e cinza (mucuna
sp), para forrar o sistema de massa verde e de nitrogênio, sendo podada
antes do inverno e deixada como mulching. Em Florianópolis, pode-se plantar
milho até no inverno, mas ele é geralmente atacado por gralhas azuis e
papagaios da região. Para isso colocamos bastante girassol para que estes
animais tenham uma nova fonte de energia e nutrição, colaborando com a estética
e a natureza, e descompactando os solos. Mas girassol é sinônimo de pura beleza
e comida farta para todo mundo, usado como picles salgados, brotos e leite.
Esq. guandu, centro
gergelim, crotalaria juncea,
feijão-de-porco
Fundo banana, e maracujá a
direita
- Modelo de Agrofloresta II: Algodão + Laranjeira + Cabeludinha +
Araçá + Mandioca + Lab-Lab + Abóboras + Morangas + Melancias: O algodão produz
mais quando recebe aporte de nutrientes da poda das copas das mandiocas e da
parte do cipozal do lab-lab, e as micorrizas das abóboras ativam o solo. A
terra fica toda coberta de lab-lab, intensamente verde e cheia de mulching.
Colhe-se muito algodão, morangas, aboboras e melancias facilmente. Frutas
amadurecem cada uma na sua época. Comida não falta. Algodão serve para
tecelagem e para artesanato com sementes, cachimbos e cabaças.
- Modelo de Agrofloresta III: Mamão + Figo + Laranja + Limão +
Banana + Leucena + Milho Roxo ou Vermelho + Feijão de Porco + Guandu +
Batata-doce + Mandioca: Nos cantos laterais face sul, temos a banana
consorciada com guandu, mamona e crotalária, todas estas sendo usadas para poda
e adubação verde, e podem ser colhidas suas sementes para nutrição e venda. A
batata-doce não vai bem com a banana, não são compatíveis. O plantio de tagetes
ainda é aceito pelo bananal se houver luz. O Milho, com feijão-de-porco, quiabo,
é plantado em linhas de 1 x 1 ms, e as árvores são cultivadas em sistema de
triângulo a cada 8-10 ms. O mamão é uma planta rara na agroecologia, por que
sofre muito ataque da doença antracnose, e no sistema agroflorestal e com o uso
de pó-de-rocha, calcáreo e cinza podem ter uma incidência menor. Seu valor
final atinge até R$ - 3.00/kg, sendo uma importante fonte de renda para feiras
e mercados e venda local. A mandioca pode ser plantada bem espalhada, senão se
torna dominante e inoportuna para manejo e plantio posterior em outras safras
futuras. No inverno é interessante o plantio de ervilhaca neste setor com o tremoço.
- Modelo de Agrofloresta IV: Gergelim + Feijão Cariocão + Feijão
Azuki + Aboboras + Morangas + Melancias + Feijão de Porco: Gergelim gosta de
ser cultivado até janeiro, em linhas de 1 x 1 ms, e aprecia a compania do
feijão, que sempre preservamos em mais de 10 variedades em nosso sitio. Colhe-se
a cada kilo de gergelim ou sésamo plantado, 10 kgs de retorno, e é apreciado
pelas mamangavas, que são insetos importantes e polinizadores para o maracujá. Neste
sistema a novidade interessante é que após a capina amontoamos o material
cortado no centro da lavoura, em uma pilha de 2 ms de altura, e deixamos ali
tudo decompor durante 60 dias. Após isto, retiramos o inço que nasce na sua
porção superior, capinamos e limpamos os cultivos, deixando ainda a beldroega,
picão preto, caruru, serragem, tansagem, que são plantas espontâneas que
inclusive vendemos para os vegans e naturistas nas ecofeiras, e esta matéria
orgânica ou húmus acumulada, volta ao solo e aos cultivos, novamente, fechando
um ciclo perfeito. O material verde é juntado e empilhado novamente. Então,
aqui nada é queimado, o que é prática comum no Brasil, mas vira matéria
orgânica, adubo, economia, saúde, dinheiro e qualidade de vida. Nestas áreas
ainda temos araçás, pitangas, limão, banana, arnica, ginseng, em maiores
escalas. A venda destes produtos é garantida nas ecofeiras e restaurantes, e há
uma demanda imensa que não está sendo suprida.
Guandu (Cajanus cajan), um “rei” no combate a
fome
Nem conhecido e adorado no
Brasil
- Modelo de Agrofloresta V: Maracujá + Feijão Cariocão + Quiabo +
Mandioca + Guandu + Crotalária: O maracujá está plantado em postes de concreto
com fios diversos, e a distância entre glebas ou linhas distantes é 5 ms, e
nestas áreas temos cultivos de mandioca em linha, com o guandu semeado a lanço
junto com a crotalária. O feijão entra na outra linha a direita, mais limpa,
sem adubos verdes. Uma espécie de porte ereto é sempre consorciada, como milho,
quiabo, pimenta, tomate, berinjela ou o funcho. O guandu cresce muito e é
manejado, sendo podado. O feijão-guarani pode ser colocado e manejado
cuidadosamente, por que invade os arames do maracujá.
- Modelo de Agrofloresta VI: Arroz Catetinho de Seco + Feijão
Guarani + Mandioca + Aboboras + Morangas + Melancias + Crotalária em Aléias +
Laranjeira + Pitanga + Acerola + Ginseng: Arroz cateto de seco é semeado em
linhas 0.30 x 0.30, junto com feijão, mandioca, aboboras, melancias, as mudas
de mandioca são colocadas de forma bem distante, e as árvores frutíferas são
espalhadas nos cantos da área. No centro é inserido uma aléia de crotalária bem
intensiva, e o ginseng é cultivado em touceiras, distantes 1 x 1 ms, e apenas
no setor direito do local. Ele é muito produtivo e bastante agressivo. Bambu é
inserido na cerca, junto com abacate, goiaba, pinha, maracujá, banana, pitanga
e cabaça.
Arroz catetinho de seco com
feijão-de-porco
- Temos na parte fronteiriça do sitio o plantio de paineira,
jacarandá, ipê amarelo, ipê roxo, pau brasil, guarapuvu, canela, abacate,
araucária, leucena, e muita banana, maracujá, ora pro-nobis, girassol nativo,
entre outras espécies.
Gergelim com aboboras e
feijões
7. Resultados:
Em uma área de quase 5.000 ms, avaliada em seu valor de mercado em 1
milhão de reais, podemos alimentar em condições de solos pobres, cerca de 50
pessoas mensalmente, e se as condições de fertilidade e de irrigação forem
melhores, este número alcança mais de 200 pessoas/mês.
A ampla diversidade de produtos, sementes, mudas, reciclagem de
nutrientes, alternativas de renda e o impulso a criatividade, podem ser
decisivos para quem busca novas soluções relacionadas ao uso mais sustentável,
dinâmico e que traga mais retornos a sua terra. Esta é a missão de nosso
instituto, propor estas soluções aos movimentos sociais rurais e urbanos,
favelas e classes mais desfavorecidas.
Nossa idéia inicial que foi sendo clareada aos poucos era de que a
renda de nosso sitio não seria suficiente apenas com a venda de verduras e de
algumas frutas. Mas a combinação de chás simples e compostos, fabricação de
remédios fitoterápicos, paes e cucas medicinais, pizzas, pesto, bolos,
biscoitos, granola, sucos verdes, ervas frescas, banana-passa, licores de
maracujá, geléias de banana, artesanato, venda de sementes crioulas, frutas,
legumes e verduras, poderiam ocasionar uma maior satisfação aos clientes e a
geração de renda diversas e constante, inclusive através de nossos sites.
Obvio que tudo isso exige muito trabalho, diário, mas com a
harmonia, como uma meditação ativa, nós do Instituto Anima, levamos as nossas
atividades, buscando não cansar, forçar a barra e estressar demais, ao mesmo
tempo, não damos mole e deixamos as coisas muito para depois, mas justamente, sempre
planejamos realizar “o futuro desde já ou
até para ontem”. Pois o nosso amanhã desta forma se torna mais abundante,
leve e prazeroso.
As pessoas em geral não costumam realizar as tarefas simples com
atenção e dedicação. Estão geralmente presas a desejos grandes materiais, pois
para nós estas coisas maiores acontecem por que são atraídas pelo nosso
trabalho e esforço. Apreciamos muito o slogan: “o negócio é ser pequeno”. E juntem muitas coisas pequenas bem
feitas, para ver a força e a beleza que ficam: um exemplo de uma totalidade e
felicidade, uma coerência maior muito grande que é demonstrada.
O trabalho correto com a terra, dentro de uma visão holística, mais
espiritualizada, aberta, faz a mente descansar, relaxar, e o organismo absorver
muita energia, e assim ter mais saúde. Este é outro resultado qualitativo, que
é esquecido normalmente: “a agricultura pode
servir como um processo terapêutico, básico para a formação de uma medicina
integral preventiva e uma vida e sociedade mais saudável.”
Mas há fatores importantes que impactuam com propostas desta
natureza, como a falta de recursos, o que é paradoxal, afinal só se fala em
meio ambiente e sustentabilidade em todo o planeta, mas quando se busca as
verbas dos projetos, elas normalmente ficam no papel e não são acessadas
facilmente. Mas as causas deste absurdo é o desvio dos recursos por questões
políticas, onde empresas de fachada são normalmente as que são beneficiadas, e
que tecnicamente e historicamente não estão engajadas. Por isso que se
recomenda que as iniciativas sejam muito focadas na produção e venda direta de
produtos, e não dependam tanto de verbas oficiais.
Para descrever os resultados de nosso projeto, nós montamos uma
tabela explicativa, com receitas e custos. Ela é aproximada a nossa realidade.
Tab. 03. Receita Aproximada
do Projeto Sitio Cristal Dourado,
Sede do Instituto Anima,
Florianópolis – SC, Ano 2009
Receitas e
Produtos
|
Quantidade
Mensal
|
Valor Ano
Aprox. (R$)
|
Verduras Diversas:
Alface, Maços de Cenoura, Rúcula, Nabo, Rabanete,
Coentro, Acelga, Couve, Salsa, Cebolinha, Espinafre, etcs
|
200-300 uns
|
2.400.00
|
Frutas Diversas:
Banana, Mamão, Maracujá, Limão
|
200-300 kgs
|
3.000.00
|
Chás Simples:
Menta, Malva, Ginseng, Gervão, Erva Baleeira,
Cinamomo, Guandu, Capim Limão, Alecrim, Melissa, Centela, Babosa, Carqueja,
Boldo, Cana de Macaco, etcs
|
100 - 120 uns 50 Gr
|
8.000.00
|
Chás Compostos:
Fortalecedor, Calmante, Emagrecedor, Antigripal,
Renal, Fumo Medicinal
|
80-100 uns 50 g
|
6.000.00
|
Paes Integrais:
com Salsa, Manjericão, Castanha do Pará, Linhaça Dourada, Kümmel, etc
|
80-100 meses
|
4.800 – 5.000.00
|
Cucas Integrais: Com Passas, Castanhas, Canela, Melado, Linhaça Marrom, Dourada, etcs
|
60-80 meses
|
3.800-4.000.00
|
Pestos: Manjericão, Salsa, Avelãs, Radiches,
Menta, Pimenta, Curry, Shoyu e Azeite-de-Oliva
|
7-10 uns 250 Gr/mês
|
1.200 – 2.500.00
|
Mudas do Viveiro:
|
Diversas
|
1.000 – 1.500.00
|
Sementes Crioulas:
|
Diversas
|
600 – 1.000.00
|
Cursos:
|
Diversos
|
4 – 15.000.00
|
Paisagismo Externo
|
Variáveis
|
2 – 3.000.00
|
Suco Verde:
|
6 l mês
|
800.00
|
Total Receita
Média Aproximada:
|
37.600 – 50.000
|
|
Total Receita Mensal:
|
3.133.00 – 4.166.00
|
Ainda temos a venda de artesanato, mel e derivados, produtos
orgânicos, CDs, DVD completo do Anima, roupas artesanais, incensos, que temos
em nosso stand nas ecofeiras, que elevam bem mais ainda as nossas receitas e
tentam sempre viabilizar nosso instituto, e ainda enfrentam as marés
complicadas nos mercados, e o clima muitas vezes adverso.
Vejam os Links:
http://institutoanima.org/index.php?pagina=47
http://permaculturabr.ning.com/group/InstitutoAnima/forum/topics/cooperativa-do-instituto-anima
Tab. 04. Custos do Projeto
Sitio Cristal Dourado,
Sede do Instituto Anima,
Florianópolis – SC, Ano 2009
Investimentos
Ano de 2009
|
Quantidade |
Valor
Total
|
1.1- Aluguéis Anual
|
1
|
6.000.00
|
1.2.
Conta Fone Média
|
1
|
2.160.00
|
1.3. Conta Luz
|
1
|
1.200.00
|
1.4.
Internet
|
1
|
948.00
|
1.5. Adubos Orgânicos e Minerais
|
Div
|
1.500.00
|
1.6.
Sementes e Mudas
|
Div
|
300.00
|
1.7.
Telas, Madeiras, Arames, Pregos, Irrigação
|
Div
|
250.00
|
1.8.
Limpeza de Fosso
|
1
|
120.00
|
1.9.
Farinha, temperos, sal, e embalagens
|
3.000.00
|
|
Total
Geral
|
15.478.00
|
|
Total
Custo Mensal Aprox.
|
1.289.00
|
8. Discussão: Podemos observar que este projeto é viável, possui uma
receita bem maior que seus custos, ainda que não esteja computando os
investimentos de mão-de-obra, por que são próprias, e não terceirizadas. O mais
interessante é a riqueza da diversidade de produtos, sua qualidade artesanal, a
forma como são produzidas e a satisfação da clientela e seu respeito, que
sempre cresce cada vez mais.
O fato é que estes sistemas podem ser adotados em outras
realidades, onde alguns exemplos populares já existem em localidades pobres da
Amazônia e do Nordeste brasileiro, sobretudo os produtores de açaí, de borracha
natural e de leite de cabra. Estas
informações foram mostradas pelo Globo Rural na televisão, em alguns domingos
pela manhã.
Um dos aspectos também sensíveis é relacionado à autogestão e
auto-suficiência alimentar e genética deste projeto, onde a qualidade da
nutrição, dos produtos, sempre fresquinhos, plantados e colhidos por quem
plantou, chega à mesa e podem ser degustados satisfatoriamente. Bem diferente
de quem compra em um mercado e em um sacolão, aqueles alimentos pobres de
nutrientes, muito envenenados, carentes de vitaminas e sais minerais. Este
fator nutricional é muito importante, e resulta em uma receita qualitativa que
não podemos mensurar.
Relacionado às sementes, em um momento de séria crise ambiental, as
sementes são bens valiosos, que precisam receber mais atenção e cuidados
especiais. Seu plantio, seleção, armazenamento, é outra face da riqueza
cultural e espiritual de um bom agricultor, que está zelando na verdade pelo
futuro de nossa espécie em nosso planeta. Isto vamos discutir mais adiante. Mas
isto exige muita sabedoria, de quem realmente dá muito valor e prevê ou planeja
um bom futuro.
O lado da estética da paisagem, sua força vital, a presença de
animais silvestres, a reciclagem dos resíduos, nos locais certos, a felicidade
encontrada nos animais domésticos, como cães, gatos, galinhas, pássaros, a
nutrição e zelo com os minhocários, o aroma e perfume das ervas, flores,
presença de insetos, a pureza da água de poço, fazem de nosso projeto uma plena
satisfação que traz paz, tranqüilidade, amor ao próximo, muito serviço
devocional e alegria a quem chega, um grande acolhimento à todos que nos
visitam.
Por isso que dizemos que o ápice da humanidade é perceber que ela
pode encontrar um equilíbrio novamente com a natureza, e ativar ainda mais os
seus ritmos naturais e vitais, alcançando o zênite na agrofloresta e na
permacultura. Na verdade, concluímos que podemos fazer deste planeta novamente
um incrível e poderoso jardim do éden, como ele foi, e possivelmente voltará a
ser, com ou sem a nossa presença.
9. Conclusões: O impacto da globalização, planejada dentro do ponto
de vista das grandes corporações e elites financeiras mundiais, impulsionou ao
planeta todo, uma intensa urbanização, trazendo um aparente maior conforto as
pessoas, que saíram do campo ou do meio rural em busca de condições melhores de
vida. Mas a maioria, sem qualificação, encheu as favelas e zonas de baixo poder
aquisitivo nas cidades. Os que ficaram na terra, foram perdendo os seus jovens,
sua cultura tradicional e colonial mais sustentável, e sua autogestão e auto-suficiência
foi invadida, pela propaganda maciça das empresas, pela pressão do crédito
agrícola que exigia a aplicação de um pacote tecnológico moderno importado
através da multinacional revolução verde, muito dependente sumamente de
produtos agroquímicos, que como conseqüência fez que grande parte dos
agricultores perde-se suas propriedades, se endividasse, envenena-se seus
solos, rios, sua saúde, e até
constituíram uma cultura mais capitalista, distante das leis e a sabedoria que
era mais aliada da natureza e hoje, volta-se até contra ela. O resultado é que
em muitos municípios de SC, 80 % das propriedades estão abandonadas, outras
atividades da agricultura familiar se tornaram dependentes dos grandes complexos
agroindustriais como os grandes agregados avícolas e de suínos. O agricultor de
proprietário se tornou refém dos preços, do lucro já calculado em média 8 %/ano,
onde seu tempo é aprisionado, com isso sua cultura, diversidade, e respeito a
outras ações diferenciadas são forçosamente esquecidas. Os solos e rios ainda
recebem uma imensa carga de dejetos, que não se tem onde mais colocar.
Os agricultores de SC exigem que o programa Microbacias II,
financie e subsidie ações de proteção às suas nascentes, matas e florestas.
Caso não sejam pagas estas atividades, estes agricultores se recusam a
colaborar com os órgãos de extensão rural e de meio ambiente. Tal conclusão
provém de nossa consultoria a Fetaesc, maior federação de sindicatos rurais do
estado de SC. Mas isto é um verdadeiro absurdo.
Os agricultores que ainda atuam no meio rural, querem mais renda, e
lucratividade, para isso planejam aumentar às suas áreas de cultivo, o que está
sendo limitado pelas leis ambientais federais. Em SC, foi proposta uma nova lei
ambiental, que está em fase de embargo. Outro assunto polêmico, é que 60 % deste
estado estão cobertos com pinus, e outra parte com eucalipto, por isso há muito
desequilíbrio climático nesta região do Brasil, e perdas de solos, onde morros
desabam, surgem muitas enchentes, há considerável perda de fauna, flora, e
muita erosão social rural.
Aqui surge a importância dos policultivos.
Um exemplo é o trabalho árduo da empresa Don Natural, de propriedade da família
do Sr. Glaico Sell, situado na cidade de Paulo Lopes – SC, distante 70 km de Floripa, capital de
nosso estado. Hoje Glaico planta em apenas 1.2 há, uma horta modelo e muito bem
cuidada, desde o adubo orgânico comprado, que vem ensacado e certificado, até
sua colheita, embalamento, e consegue um faturamento bruto mensal de R$ - 20.000.00
em média, com 1.2 ha
de horta orgânica! E é uma das pessoas mais respeitadas, já foi até secretário
de agricultura de sua cidade, é ambientalista e muito motivado ou apaixonado no
que faz. Sua esposa recebeu o maior prêmio internacional da ONU: de mulher
trabalhadora rural modelo, no Peru.
Então, é preciso muito mais investimento neste setor, para que haja
uma maior integração real e sensata entre ministérios e políticas públicas de
combate a fome, êxodo rural e concentração populacional urbana. A importância
desta iniciativa ainda se dá em vários âmbitos:
- Valoriza a vida e a qualidade da vida humana e ambiental, nas
cidades, chamada de permacultura urbana e no meio rural, considerada
agroecologia, agricultura orgânica e agrofloresta. Consideramos em tese, o uso
da expressão permacultura, como um estágio posterior às outras, que envolve a
bioconstrução e a reciclagem de resíduos e de geração de energia. Se houver
ainda o uso de princípios da agricultura biodinâmica, teremos a revolucionária
e exigente “permacultura-biodinâmica”, possivelmente
a salvação da humanidade em nosso planeta.
- Estas práticas agroecológicas são a base de uma verdadeira
educação ambiental, e podem ser relacionadas com a nutrição vital e integral,
alimentação viva, fitoterapia, homeopatia, medicina natural, preventiva e
terapias holísticas. Isto pode trazer
inúmeros benefícios, a escolaridade, hospitais, consumidores, ocasionando
diretamente economia, saúde e bem estar.
Fitoterapia, Florais, Mel,
Sprays, Biojóias, do Instituto Anima
No fundo alguns alimentos
orgânicos
- Certamente, faltam muito estímulos, como o pagamento menor de
impostos a quem está envolvido com agroecologia, se ter empréstimos mais facilitados,
sobretudo para a compra da terra como sítios, fazendas, para o uso orgânico, e
ainda existir uma assistência técnica atualizada e motivada a este segmento.
Hoje tudo acontece por conta de quem tem o capital, que se junta a
mais pessoas para a compra de terras, onde formam condomínios e ecovilas, no
entanto sem nenhuma presença e participação governamental, e sem maiores estímulos
ou auxílios financeiros externos. Num momento de graves riscos ambientais, esta
ausência de planejamento e investimento é um atestado de uma política pública ausente
e irresponsável, que precisa ser construída, por uma nova mentalidade, mais
realinhada com a simplicidade, a sustentabilidade e a qualidade integral de
vida, e muito mais distante da voracidade das grandes corporações, empresas, e
da industrialização em alta escala e com seus altos custos socioambientais e
pesados lucros.
Mudanças Climáticas: Sinônimo de um maior aquecimento global,
efeito estufa, chuvas ácidas, derretimento do gelo do planeta, maiores
quantidades de calor, UV, extremos de seca e de chuva, ventos, ciclones,
tornados, maremotos, terremotos, erosão genética, queimadas, extinção de
espécies, agrotóxicos, queima de combustíveis fósseis, tudo isto sendo observado
na porta de nossa casa, onde cidades inteiras estão sendo inundadas, algumas
ficando sem água potável, alimentos, com pessoas subindo nos telhados, que
estão sendo arrastados pelas águas ou pelos morros que estão derretendo feitos
gelatinas.
Policultivos, sistemas agroflorestais, poucos perceberam sua
importância para a atenuação destes impactos ambientais, e onde estão as políticas
públicas para seu desenvolvimento emergencial, e os recursos, a tecnologias, os
convites para reuniões, como o ODM fez, mas com uma visão ainda de muito
marketing político?
Uma de nossas propostas era de se montar viveiros de árvores com
agricultores selecionados, e este serviço seria financiado por um projeto
aprovado pela Petrobras, por exemplo, mas pode ser através da FAO, ONU, UNESCO,
IFOAM, UNNIC, WWF, entre outras fontes, e a cada 20 litros de combustível
sendo colocado nos automóveis, a pessoa recebe por opção, uma árvore para ela plantar
e cuidar.
Agora imagine as nossas estradas sendo replantadas, e nossos morros
destruídos sendo recuperados por SAFs, com a participação da educação ambiental
das escolas ou de empresas. E SAFS podem entrar nas paisagens desertas dos
pampas gaúchos, nos morros de SC, de SP e de MG, na beira de rios, lagoas, no
agronegócio da cana, soja, milho, arroz, os chamados desertos verdes, que se esqueceram da fauna e da flora nativa, das
formigas, abelhas, mamíferos, que não possuem nem uma árvore para se esconder
de tanto sol, ventos, chuvas...
Esta é uma civilização imediatista, e sua ganância poderá levar sua
sociedade à total degradação e degeneração, econômica, política, social e espiritual.
Só o que gastam em armas, uns 10 % anuais, já financiariam milhares de projetos
semelhantes aos que estamos propondo.
Mas os recursos ambientais na verdade existem, mas quase 90 % estão
sendo desviados para fins até obscuros e duvidosos.
Por isso que policultivos, SAFs, a permacultura, são importantes e fundamentais
neste momento em todo o planeta, mas parece que as lideranças políticas, até do
PV, não possuem mais os pés-na-terra, e sim na mente, nos sonhos e nos seus
delírios, de venda de automóveis, IPIs reduzidos para a compra de bens como
eletrodomésticos, para isso há políticas, facilidades, mas para quem quer desenvolver
um projeto sustentável, os instrumentos são onerosos, complicados e muito
difíceis.
Não podemos esquecer que uma árvore adulta acumula mais de 200.000 litros de
água, e é água que não desce rio abaixo, e quando há seca, elas soltam os
preciosos líquidos da vida, aos poucos, para o solo, regulando a umidade através
da capilaridade. SAFs na beira de rios é a satisfação e salvação para muitas
comunidades.
Por isso, pelo nosso olhar, desenvolvemos vários conceitos
interessantes e bem contemporâneos, como:
- Economia Sustentável e Essencial: Produção de bens e itens de
baixo custo e impacto socioambientais, muito importantes para o dia-a-dia das
pessoas, e que sempre possuem venda garantida.
Ex: Alimentos como paes, ervas e sucos.
- Ritmos Vitais da Paz: Hábitos novos que envolvem meditação,
banhos alternados e hidroterapia, bioenergética, yoga, alimentação viva, vegan,
xamãnica ou alquimia alimentar, fortalecimento energético, qualidade de vida,
relações evolutivas, a busca de uma nova percepção e consciência, tudo isto
ensinamos em palestras, cursos e workshops.
- Permacultura-Biodinãmica: Somos praticantes e iniciadores, onde
podemos ter os policultivos, com os multiestratos permanentes, e o uso de
preparados biodinâmicos a astronomia agrícola e os ensinamentos de Rudolf
Steiner.
- Transversalidade na Educação Popular e Ambiental: Como
enfatizamos, é possível algumas disciplinas serem unidas em aulas, práticas e
vivências, como desenho, música, vídeo, matemática, economia, ecologia,
agricultura, nutrição, fotografia, jornalismo, literatura, esportes, terapias, entre
outras, sobretudo para crianças.
- Terapia Holística e Medicina Integral: Podemos ter uma formação
médica convencional ou naturóloga, ampliada pelos conteúdos da medicina
chinesa, ayurvédica, bioenergética, terapia reichiana, neo-reichiana, técnicas
de renascimento e de holotrópica, resgate da alma, cura quântica, estudo
apométrico, cristaloterapia, cromoterapia, fitoterapia, homeopatia, yoga, relaxamento,
meditação, são ações que desenvolvemos em nosso Instituto
Anima de Cultura e
Desenvolvimento Sustentável, de forma regular, e que integra a nossa realidade
e busca de uma totalidade. Para isso estamos estudando, lendo, fazendo cursos,
desde o ano de 1983.
É nossa mensagem neste projeto, e documento oferecido a sua
importante revista.
10. Agradecimento:
Agradecemos a todos os amigos que conhecemos e nos ajudaram a
despertar, aos permacultores do Brasil e de todo mundo, aos agricultores que
ainda amam suas terras, plantas e animais, que possuem esperança que ocorra uma
retomada mundial de sabedoria e de consciência, é o que dedico este importante artigo.
Em tom especial, aos meus dois filhos: Mickaell Urânia e Emmanuel Ângelo, e
minhas grandes companheiras da vida: Silvana, Ana Paula e Maristela. Aos nossos
parceiros e novos membros de nossa futura comunidade, ofereço com muito
carinho. Florianópolis - SC, 03 de Março de 2010.
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